domingo, 20 de janeiro de 2008

Capital


Um belo dia resolvemos mudar um pouco de ares. Visitar velhos amigos é uma boa opção para fugir da rotina. A dúvida se a escolha certa é a mudança caminha por toda a viagem até que a chegada e as recepções calorosas vão nos deixando cada vez mais à vontade. Nem tanto assim devagarinho, as coisas vão entrando nos eixos e vai parecendo ser difícil voltar à vida cotidiana.

Cidades, pessoas, vidas que até então não faziam parte da nossa vida se aproximam tanto que é difícil imaginar o que fazer sem elas quando voltar para casa. Aliás, onde é mesmo nossa casa? Somos frutos de desconhecidos assim tão de repente, e tão próximos... que vontade danada de misturar tudo e todos estarem sempre juntos como se tudo fosse uma única alternativa sociedade.

Samba... e rock'n roll, filme e seriados. E beijos e abraços apertados. Sorrisos mil. Amigos do coração, novos amigos que foram direto para o mesmo lugar. Olhares maliciosos de quem quer sair daquele lugar com uma sementinha de saudade plantada... Ai que delícia tudo isso! Um brinde às novas descobertas.

Um brinde às oportunidades que não deixamos escapar. Uma vaia para a falta de coragem e o medo de ser feliz. Sejamos felizes e assim, realizados. A vida é mesmo uma caixinha de surpresa...

Norte e Sul tudo junto. Leste e Oeste pode chegar. Saudade de dias alegres e tranquilos, cheios de esperança para o resto do ano. E que essa coisa boa do começo do ano seja refletida nos decorrer dele. Feliz 2008! Muita paz e energia positiva!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

A jornada do celular


As novas tecnologias trouxeram à humanidade um sem número de mudanças comportamentais, físicas, mentais e existenciais. Essas tecnologias mudaram a maneira do ser humano e o cotidiano das pessoas. Foi o que aconteceu, e vem acontecendo, com o uso do aparelho celular. E isso vem sendo utilizado a mais tempo do que se imagina... O telefone celular revolucionou a concepção de espaço. É uma extensão do próprio corpo humano que faz da pessoa móvel, encontrável em qualquer tempo e lugar.
Há cinqüenta anos era criado o primeiro celular. Precisamente no dia 16 de outubro de 1956 foi conhecido como um sistema automático de telefonia móvel, ou MTA como ficou conhecido. O equipamento, inventado pela Ericsson, era bem diferente dos pequenos aparelhos portáteis de hoje. Ainda que com a mesma funcionalidade.
No início, a telefonia móvel era sinônimo de comunicação por meio de rádios, operando na faixa dos 160MHz, instalados em automóveis, barcos, etc. O aparelho MTA pesava nada mais, nada menos, que 40 quilos.
O conceito de comunicações móveis utilizando uma rede celular, nasceu em 1947 dentro da Bell Laboratories, o departamento de pesquisa da AT&T, única operadora norte-americana da época. A idéia não era realizável devido às dificuldades na disponibilização de espectro de rádio por parte das autoridades. Mas a partir de 1960, a Bell Labs e a Motorola começaram a estudar o conceito e a procurar colocá-lo em prática.
Em 1970, a FCC (Federal Communication Commission) havia atribuído freqüências para serem utilizadas em sistemas móveis de rádio em terra. A primeira chamada foi feita em 03 de abril de 1973 de uma esquina do centro da cidade de New York para um telefone fixo por Martin Cooper, então gerente geral da Motorola. Cooper fez a primeira chamada de um telefone móvel através do protótipo Dyna-Tac e entrou para a história não só como sendo o primeiro utilizador, mas também, por ser considerado o inventor deste novo meio de comunicação.
Hoje a comunicação móvel faz parte do cotidiano de quase um terço da população mundial. Embora o registro da primeira ligação de um telefone celular seja de 1973, a idéia básica do serviço vem desde 1940. A atriz hollywoodiana Hedy Lamaar teve a idéia de criar um sistema de rádio pela qual poderia conversar privativamente com outra pessoa, sem interferências, apenas mudando o canal de transmissão. A idéia de Lamaar foi patenteada em 1940 nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, quando ela soube que alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados por inimigos. Era a base do celular.
Mas a história do celular está vinculada muito mais à invenção do rádio que a do telefone por Grahan Bell em 1876. O alemão Heinrich Hertz produziu, em 1888, as primeiras ondas de rádio e descobriu a possibilidade de transmitir informações pelo ar utilizando essas ondas. A descoberta deu origem ao aparelho de rádio como meio de comunicação, permitindo também que se realizasse a primeira ligação telefônica entre continentes em 1914, além do telefone sem fio, em 1967 – fundamentais para Cooper fazer a primeira ligação do seu celular.
O primeiro celular de Cooper pesava cerca de um quilo, tinha 25 centímetros de comprimento e sete de largura. A bateria se esgotava em 20 minutos. Essa espantosa inovação da década de 1970 foi um grande avanço em relação aos telefones móveis utilizados nos carros a partir da década de 1940 nos Estados Unidos. Apenas dez anos após a primeira ligação de Cooper é que a novidade passou a ser comercializada. Em 1983, pelo valor de US$ 4 mil, tornou-se possível adquirir um telefone móvel. Houve lista de espera.
No Brasil o primeiro celular dói comercializado no Rio de Janeiro em 1990. O valor da habilitação era avaliado em US$ 22 mil. O sistema era ainda analógico, mas permitiu que o Brasil fosse apresentado ao que estava registrado em outros países. O ganho de escala reduziu os preços das tarifas do serviço e do parelho.
Com a introdução da modalidade de pagamento antecipada (o pré-pago), em 1999, o celular foi popularizado e tirado do status de serviço exclusivo das elites. Hoje o total de celulares em operação no Brasil é de aproximadamente 88 milhões de aparelhos, isso por que o país tem 160 milhões de habitantes. É praticamente um aparelho celular para cada dois brasileiros.
O celular passou a ter uma identidade: tem cor, nome, textura, aparência. As pessoas têm uma relação e uma intimidade com o aparelho. Em 20 anos, o velho “tijolão” deu lugar a modelos leves, de cores variadas, que escapolem ao conceito tradicional de telefone para adotar um perfil mais próximo ao de um acesso computadorizado multimídia de bolso. Por ele é possível enviar mensagens escritas, receber filmes, tirar e transmitir fotos como uma câmera digital, acessar à internet, ficar por dentro das notícias, saber seus compromissos através da agenda, jogar nas horas vagas, trocar arquivos de computador e incorporar sistemas de telelocalização – com receptores GPS que identifica as coordenadas geográficas em que a pessoa está por meio de uma rede de satélites, e acordar sem a ajuda do velho despertador da vovó.
O futuro próximo é da terceira geração (3G), que vai permitir a multimídia integral, além de tudo que há hoje, vídeo em tempo real. O uso do celular está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, não há como negar. Considerado um dos grandes ícones da tecnologia moderna, título garantido em grande parte por mérito da mídia, deixou de ser somente um meio de comunicação entre pessoas, para tornar-se o objeto de consumo mais cobiçado dos últimos tempos – principalmente nas grandes metrópoles mundiais. É moda!


*Matéria publicada em I9 Celular em dezembro de 2006.