terça-feira, 16 de março de 2010

O Ipê Amarelo

Vou contar aqui o caso do Ipê Amarelo de Rondônia. É o caso do Ipê que foi cortado para servir como poste de luz, mas que renasceu. Tem um autor desconhecido que conta essa história melhor, que se chama "Da energia se fez a vida":

“Na guerra pelo progresso, o homem não mede esforços e as conseqüências dos seus atos. O importante é avançar. Numa batalha desigual, destrói insanamente os recursos naturais, essenciais à sobrevivência. A resposta da natureza pode até demorar, mas não falha. Às vezes, é imediata, intrigante ou mesmo desafiadora. Só precisamos interpretá-la.
Num ato silencioso e inusitado, ela respondeu aos afiados machados e às violentas motosserras, maiores formas do desrespeito destruidor. Insistiu e exigiu seu espaço para expor a beleza de suas flores e a generosa sombra de sua copada, numa grande demonstração de energia e desejo de viver.
Derrubado e transformado em poste para suporte dos fios da rede elétrica, o Ipê amarelo não se entregou. Com uma reação estupenda, recuperou sua pompa e reinado de árvore símbolo nacional. Rebelou-se à condenação injusta, criou suas raízes no solo e voltou a reinar absoluto, esbanjando alegria e beleza com sua identidade marcante. Reconsiderando o seu ato, o homem decidiu transferir a rede elétrica a um poste de concreto instalado ao lado. Agora o Ipê reina livre dos fios.
Este Ipê que pode ser honrado com “I” maiúsculo, é uma atração pública em Porto Velho, capital de Rondônia, distante 3.500 quilômetros de Porto Alegre.
Doce privilégio dos moradores do bairro, a exemplo do fotógrafo amador Leandro Barcellos, gaúcho de Passo Fundo que reside em Porto Velho nos cede a imagem para saboreio dos eletricitários gaúchos.
Com forte herança dos povos latinos, durante algumas décadas, Rondônia exerceu forte poder de atração sobre sulistas e nordestinos para exploração mineral, extrativismo e agricultura, desenvolvendo uma nova cultura miscigenada.“